A terceira questao diz respeito a crise atual: se a modernidade foi
assim tão eficaz em seu trabalho de separação e de proliferação por que
ela esta enfraquecendo hoje, nos impedindo de sermos modernos de fato? Dai a ultima questão que é
também a mais dificil: se deixamos de ser modernos, se não podemos mais
separar o trabalho de proliferação e o trabalho de purificação, o que iremos
nos tornar? Como desejar as Luzes sem a rnodernidade? A hipótese, também por
demasiado enorme, é de que será preciso reduzir a marcha, curvar e regular a proliferação dos monstros
atráves da representação oficial de sua existência. Seria necessaria uma outra
democracia? Uma democracia estendinda as coisas? Para responder a estas perguntas, deverei
distinguir entre os pre-modernos, os modernos, e mesmo entre os pós-modernos
aquilo que eles têm de durável e o que têm de fatal. Perguntas demais, bem o sei, para
um ensaio que não tem outra desculpa que não sua brevidade. Nietzsche dizia, sobre os grandes
problemas, que eram como os banhos frios: é preciso entrar rapido e sair da
mesma forma. (LATOUR, p. 17)*
*LATOUR, B. Jamais fomos modernos. 4ª. Reimpressão,
Editora 34: Rio de Janeiro, 2008.
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